Wednesday, October 10, 2007

Um senhor

No Futebol, temos todo o tipo de jogadores. Há os que deviam ter seguido outra profissão, há os jogadores medianos, há os bons jogadores e depois entramos num patamar diferente...
Aí, nesse patamar, estão os grandes jogadores, os prodígios - mais acima - e, no topo, atingivel apenas para um punhado deles, estão os senhores - os cavalheiros do futebol.
Para ilustrar esta minha muito pessoal distribuição, dou alguns exemplos: Figo ou Roberto Carlos, Xavi ou Giggs, Beckembauer ou Platini, entre outros, são ou foram grandes jogadores - decidem jogos com lances arrancados do nada, jogam e fazem jogar, e carregam equipas às costas, muitas vezes sem que os próprios adeptos percebam; são aqueles jogadores que , mesmo não estando a jogar nada, não devem nunca ser substituidos porque de um momento para o outro...
Depois temos os prodígios. Estes já são muito menos: Pelé, Maradona, Messi, Ronaldinho, Johan Cruijff, Garrincha, Zidane. Mais uns dois ou três. E será necessário descrevê-los!? Alguém acredita que não nasceram logo com uma bola!? Dos pés deles não sai futebol, sai magia pura...A bola é uma extensão dos seus corpos e fazem-nos sonhar a cada toque ou "dribble". Lembram-nos a cada instante como é lindo o Futebol!
Finalmente, temos os senhores, e estes são tão poucos... São jogadores geniais que mantêm um espirito e uma atitude humildes, que procuram ser grandes homens tanto ou mais como são grandes jogadores e que respeitam a nobre arte do Futebol em toda a sua extensão. Nas mãos destes, o Jogo jamais será desvirtuado e a paixão será sempre o seu motor. Cito alguns porque não há muitos: Eusébio, Mário Coluna, Lev Yashine, Di Stefano, Paolo Maldini, mas hoje venho aqui para mencionar um em particular....O senhor Rui Costa.
Tenho quase 28 anos e por isso lembro-me bem de o ver sair da Luz no fim da época 93-94, ainda menino (eu e ele, eu mais do que ele). Lembro-me bem de o ver chorar quando marcou um golo ao nosso e ao seu Benfica, no Estádio da Luz, ao serviço da Fiorentina e poucas vezes, se alguma, me arrepiei tanto com um momento no Futebol, como naquela situação. Também eu tive vontade de chorar por ver alguém tão grande vestir e sentir o emblema da águia. Vi-o regressar no ano passado e vejo-o hoje em todo o seu esplendor como jogador e como homem. Qualquer adepto de qualquer clube nacional percebe e admite que é um jogador à parte, pela genialidade, pela humildade, pela seriedade e pela elegância.
Tal como nos tempos idos da década de 60, quando Eusébio tratava José Águas e Mário Coluna, "O Monstro Sagrado", por senhores, também agora o "maestro" fez há muito por merecer que o tratem por senhor Rui Costa.

Monday, October 8, 2007

À margem do derby...

Parece que ultimamente não consigo escrever em tempo útil. A falta de disponibilidade por este ou aquele assunto leva a que os "posts" saiam atrasados. Contudo, desta feita, ainda bem que assim foi.
Vou falar do derby Benfica-Sporting, ou mais exactamente de acontecimentos à margem deste. Sim, porque com o mediatismo que os tais acontecimentos tiveram, estou em crer que estes serão o que realmente interessa, em detrimento daquele (o derby).
Quanto ao jogo propriamente dito, duas palavrinhas apenas para dizer que o empate se aceita, honestamente falando, embora a haver um vencedor, me parece que o nosso Glorioso tenha feito mais por isso (Nuno, aquela bola não se pode perder!).
E agora...o prato forte! Primeiro, a grande penalidade inventada pelo fiscal de linha (agora diz-se árbitro assistente...não deixa de ser irónico...)na Reboleira. É falsa? Claro que é. Deturpou o resultado do jogo? Deturpou. Fez o benfica apurar-se injustamente? Fez.
E agora o que ninguém perguntou... Falou-se tanto assim quando o Jardel se atirou para a "piscina" em pleno Estádio da Luz, levando a um 2-2 tão falso quanto vergonhoso? Não. Falou-se tanto assim quando o Silva "mergulhou" em grande estilo e deu o mote para uma vitória por 1-3 do Sporting na Luz? Não. Falou-se tanto assim quando o U. Leiria foi espoliado de um golo no Alvalade XXI que até no Uruguai se via? Não. Falou-se tanto assim quando o Benfica viu o Ricardo Rocha ser expulso no Estádio das Antas, depois de 3 jogadores do porto terem declarada e selvaticamente agredido jogadores encarnados e ficado impunes aos olhos desse "ingénuo" chamado Lucílio Batista? Não. Com uma agravante em todas estas situações (e eu poderia continuar a enumerá-las), à excepção do exemplo do Leiria: é que, em todas elas, os jogadores - protagonistas principais desse espectáculo que é o futebol - deliberadamente alteraram a verdade desportiva com os seus actos. Na Reboleira, o Benfica não fez nada. Nenhum jogador agrediu, nenhum jogador simulou agressão, nenhum jogador se atirou para o chão para arrancar uma grande penalidade...
Mas deixo para o fim deste primeiro assunto, a mais importante das perguntas e sinceramente aguardo por quem me consiga dar uma resposta intelectualmente honesta: o que é que o Paulo Bento (por quem tenho grande consideração) ou o Sporting tem que comentar as arbitragens dos jogos do Benfica? Acaso é da sua competência meter a foice em seara alheia?
O segundo ponto - que vai direitinho para o Paulo Bento e para o "esclarecido" Rui Santos, do programa "tempo extra", porque a confusão parecia ser a mesma nas duas cabeças - tem a ver com a aparente incongruência" do árbitro Pedro Henriques que acudiu ao sinal do fiscal de linha - perdão, árbitro assistente! - mas depois não validou o seu parecer. Ora, primeiro pode bem ter acontecido que quando parou o jogo, o árbitro tenha pensado que o fiscal de linha - perdão, árbitro assistente! - tenha visto algo que ele não viu, qualquer incidência do jogo (penalty, agressão, palavras, objectos arremessados....), e, por isso, interrompeu; quando percebeu que teria a ver com um suposto penalty, disse que isso não havia (como aliás as imagens esclarecem que não há...ou então o "malandro" do Katsouranis tem um braço a mais e havia de se tirar...); depois, atendendo à história recente da Reboleira, onde tantos críticos se insurgiram contra a decisão do árbitro de alinhar pela bitola do fiscal de linha (perdão, árbitro assistente!), fez bem o árbitro e fez a vontade aos tais críticos, ao se manter pela sua opinião. E agora pergunto eu: os críticos julgaram os árbitros, e quem julgou os críticos?
Último ponto, e só para dar o mote, alguém ouviu algum alarido por causa da falta contra o sporting que dá origem ao 1º golo contra o guimarães? pois, também me pareceu que não.