E pronto! Já se jogou o mais carismático desafio do Futebol Português! Foi, como sempre, um rodopio de emoções, desde a desilusão dos golos do adversário à euforia dos golos do clube do coração. Pessoalmente, quero deixar aqui duas ou três ideias.
Antes de mais, dizer que, ao contrário de muitos sportinguistas (e alguns benfiquistas), prefiro o sucesso do rival da mesma cidade ao sucesso do FC Porto porque -e chamem-me bairrista se quiserem- Lisboa é a minha cidade e, quer gostemos, quer não, o Sporting é um simbolo nacional e de Lisboa, ao invés do FC Porto que, enquanto dirigido pela actual classe e mergulhado na actual mentalidade, não passará de uma agremiação regional. Assim, nesta perspectiva simplista, lamento que o resultado do jogo tenha, acima de tudo, beneficiado o FC Porto.
Depois, quero dizer que foi um bom jogo, mais na primeira que na segunda parte. Percebeu-se que as equipas, mais o Benfica que o Sporting (a partir de determinada altura), queriam ambas ganhar o jogo e dignificaram o Futebol, os Clubes e os adeptos.
O Sporting entrou muito forte, marcou muito cedo (como o Benfica tinha feito em Alvalade) e dominou claramente o jogo nos primeiros 15-20 minutos. Até esta altura, pressionava muito alto, "tapava" Rui Costa de forma eficaz e valia-se de um Karagounis "muito escondido" e "perdido" na ajuda a Petit, já que Katsouranis era frequentemente necessário no auxilio aos centrais que pareciam ineficazes face à troca rápida de posições do ataque leonino e à facilidade com que o Sporting fazia aparecer 4 homens -Liedson, Nani, Yannick e Moutinho- na "zona de tiro" apoiados nas alas por um Tello e um Abel particularmente rápidos e perigosos.
Penso que no primeiro quarto de hora, o Benfica não percebeu que não tinha Simão e "acusou" os resultados menos bons de Abril e o peso nas pernas de uma época que, para os padrões de um clube português, já vai muito longa.
Contudo, por volta dos 15-20 minutos, o panorama mudou e foi ficando, progressivamante, a imagem de um Benfica a dominar e um Sporting mais expectante, por vezes até apático, em alguns momentos do jogo. Penso que esta mudança se deveu essencialmente a três jogadores: Petit, Karagounis e Miccoli.
Petit porque, como sempre, foi incansável na entrega, na humildade, na disponibilidade e no sacrificio. Estava em todo o lado e quem percebe de Futebol sabe que, nos tempos actuais, é o jogador essencial numa equipa -podemos nem sempre reparar que lá está, mas reparamos sempre quando não está.
Depois Karagounis que me parece vir em crescendo de forma neste final de época, tem uma cultura táctica muito boa, protege a bola como poucos e, apesar de não ter grande capacidade de aceleração de jogo, é determinante no seu ritmo e distribuição. É uma pena vê-lo perder-se nas alas, por vezes. No Domingo, notou-se quando começou a aparecer pela dificuldade que o Sporting revelou, a determinada altura, para recuperar a bola.
Finalmente Miccoli. Que grande jogador! Praticamente sozinho conseguiu "pôr a cabeça em água" a metade da equipa adversária, o que, julgo eu, terá sido determinante na preocupação inconsciente da equipa adversária em não jogar tão subida e foi, concerteza, decisivo, para o resto da equipa do Benfica subir no terreno.
No fim, fico com a ideia de que o resultado foi justo, embora, a haver um vencedor, me pareça que teria de ser o Benfica. Há, ainda, outra ideia que partilho convosco. Será sempre especulação mas parece-me que se este jogo tivesse decorrido há alguns meses, o Benfica teria ganho com muita facilidade perante um Sporting que tem talento -isso é indiscutivel- mas que, como equipa, não consigo deixar de pensar que é mais fraco do que é suposto. Falta-lhe, quanto a mim, "estofo" psicológico e capacidade de reacção à adversidade e sobra-lhe ingenuidade na "leitura" da partida.
Tomemos, como exemplo, o jogo da primeira volta em Alvalade. Foi muito semelhante no seu inicio, golo muito rápido e entrada fortíssima do Benfica. Então, o Benfica ganhou por 2-0 e esteve (quase) sempre mais perto de marcar o terceiro do que de ver a vantagem reduzida. No Domingo, o Sporting teve a mesma oportunidade mas, graças a um Benfica que julgo estar cada vez mais forte como equipa, entrou cheio de apetite pelos três pontos e saiu com a certeza de que um ponto não seria assim tão mau.
Vou, ainda, falar do árbitro. Pedro Henriques esteve bem e só não esteve muito bem por causa de dois lances -um deles porventura decisivo, mas sempre no dominio dos "ses". O primeiro é o lance do Caneira com o Miccoli quando este ia isolado para a baliza, ainda na fase inicial do jogo. Pessoalmente, entendo que não há falta. Contudo, a haver (e o árbitro sancionou), o Caneira tinha que ser expulso porque Miccoli ia sozinho para a baliza. É um erro de coerência. O segundo é a falta do Liedson sobre o Karagounis, ainda na primeira parte, sobre o meio-campo, em que o grego é agarrado pelo 31 do Sporting para "matar" um contra-ataque. Na altura, o árbitro deu, e bem, a lei da vantagem, mas impunha-se o amarelo na primeira interrupção do jogo, que não foi exibido.
Poderei estar a esquecer-me de algum lance, mas, de momento, não me ocorre. De qualquer forma, reforço que não será por aí que qualquer das equipas terá razão de queixa.
Finalmente, o mais importante: Viva o Benfica! Somos um Clube ENORME e uma massa adepta única!
1 comment:
Não concordo...Há falta do Caneira sobre o Miccoli, é puxado.Vê-se na televisão. Outro lance é aquele em que a bola bate no prolongamento do estômago do Caneira. Que grande estômago tem este menino. Quanto à preferência, prefiro o BENFICA se não for o BENFICA tanto me faz que seja verdes, azuis ou amarelos.
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